Mas essa não é a única ligação entre a Kangaço e o Cangaço. Sabemos que a simbologia do Cangaço como resistência e bravura está fortemente presente no contexto de afirmação do regionalismo nordestino, seja na literatura, na vasta produção cinematográfica, ou em outras manifestações artísticas, como por exemplo, a riquíssima música regional.
Na literatura, basta citar Alencar, Távora, José Américo, Rachel de Queiroz, Lins do Rego, Graciliano, dentre outros.
No cinema, os filmes O cangaceiro, Corisco e Dadá, Baile Perfumado, Central do Brasil, Guerra de Canudos, O Sertão das Memórias, Memória do Cangaço, são alguns dos exemplos desse regionalismo.
Na música, atualmente se destacam Mestre Ambrósio, Nação Zumbi, Mombojó, Mundo Livre S/A, Cascabulho, Lampirônicos, Cordel do Fogo Encantado, NaUrêia, Sheik Tosado, Querosene Jacaré e Uskarafobia. Esses são exemplos de grupos nordestinos que mesclam elementos tradicionais do rock com a temática regional. Ou seja, misturam rock com diversos sons nordestinos (forró, coco, embolada, mangue beat, maracatu, xaxado e baião), apresentando uma música regional cheia de expressividade e criatividade, incluindo letras que retratam as diversas temáticas que circundam o sertão (aprecie esta riqueza nos vídeos disponíveis na faixa ao lado deste Blog). Acontece, então, algo muito interessante: o rock adquire uma identificação com o público da Região, tornando-se, inclusive, um vetor de resgate, viabilização e divulgação das raízes culturais nordestinas.
E é principalmente no campo da música onde se dá a maior identificação entre a Kangaço e o Cangaço. Por algum tempo essa identificação se expressou através do apoio à Jumenta Parida, infelizmente extinta em 2004. Essa banda cearense misturava o hardcore com sons regionais e compunha letras que retratavam a realidade nordestina, chegando a gravar um CD e a ganhar reconhecimento no cenário cearense. Veja abaixo foto com a capa do CD da Banda.
Capa do CD da extinta banda cearense Jumenta Parida
Nenhum comentário:
Postar um comentário